O PONTO MAIS ALTO DA ARTE (OS FEITOS DE KORIN) – A ARTE E O NÍVEL ESPIRITUAL

Pergunta: O ponto mais alto da arte artificial como pintura, escultura etc., será o retrato fiel da natureza? Acredito que a Arte consiste em buscar a beleza, mas será que reunindo em si a verdade e o bem estará perfeito?

Meishu-Sama: O ponto mais alto da Arte não está em retratar a natureza como ela é, mas representar a Verdade, o Bem e o Belo através da personalidade. No Ocidente também, antes do Impressionismo, desenhavam fielmente como se fosse fotografia. Isto não era a verdadeira arte; acontece que o desenho de Korin, do Japão, foi para a França. O desenho de Korin não tinha linhas definidas e era simples, surpreendendo os franceses. Descobriram que se conseguia uma impressão mais forte simplificando do que retratando minuciosamente a natureza. Art Nouveau foi o primeiro a aplicar esta técnica no desenho, influenciando toda a Europa. Sob esta influência que nasceu a tão maravilhosa arte como o Impressionismo tardio. Na França foi lançado um livro intitulado ‘Korin, que Move o Mundo”. O fato de que Korin revolucionou a arte mundial 300 anos depois da sua morte é o maior orgulho do Japão. Estou pensando em construir um dia o Templo Korin. A influência de Korin não se fez sentir somente na pintura, revolucionando também a arquitetura. A sucessão, que utiliza as linhas simples, também é um exemplo disso. O prédio da Daiichi Seimei, em Marunouchi, tem o estilo representativo dela. A simplificação de todos os desenhos se deve à influência de Korin. Mesmo a escultura, recebeu a influência do Impressionismo. Antigamente faziam minuciosamente, com linhas suaves, mas agora passaram a esculpir de forma rude e simples. Tyozan Sato (Seizo), por exemplo, seria o representante deste estilo na atualidade.

A Arte deveria representar o ponto máximo da beleza, mas há diferença de nível. As obras de níveis superiores reúnem em si tanto a verdade como o bem. Isto está relacionado com o nível espiritual da pessoa. O mesmo acontece com a música e com a literatura, e sobre estas pretendo escrever detalhadamente um dia.

Complemento da Coleção de Palestras 251

18 de agosto de 1949