Hakone

HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS DE HAKONE

Rodeado por ondulantes montanhas, rica em vegetações e esplêndida beleza, como um jardim em miniatura, Hakone é, como Atami, o resultado da atividade vulcânica. Hakone se encontra nos limites das províncias de Kanagawa e Shizuoka e situa-se no centro do Parque Nacional Fuji-Hakone-Izu.

No passado, suas montanhas eram temidas como “montanhas inconquistáveis”. A história conta que o Shogunato Tokugawa, aproveitando-se dessa barreira natural, estabeleceu um posto de controle da população à beira do lago Ashinoko, utilizando-o como um importante meio de defesa da capital de Edo.

Próximo ao Santuário Gongen de Hakone, está a fonte de águas termais Ashinoyu, a mais antiga, com poderes de cura. No período Edo, muitos escritores e dramaturgos, como Kam no Mabuchi e Motoori Norinaga, visitavam com freqüência o Toko-an-In, ali situado, em busca de cura e descanso. Na época Meiji, foram construídas estradas de conexão com a cidade de Tokyo, tornando mais fácil e rápido o acesso às regiões Tokyo, Yokohama. Hakone se tornou famosa não só como terra de águas termais, mas também como um lugar de veraneio, razão pela qual foram construídas numerosas vilas. Toda a área se converteu numa zona turística, onde vários grandes grupos financeiros têm empreendido diversos projetos de desenvolvimento. Nos anos posteriores à Segunda Guerra Mundial foi iniciada a construção de estradas, instalações de cabos aéreos e bondinhos.

Hakone é formada por uma cratera vulcânica, e rodeada por montanhas como Myojo-ga-take, Myojin-ga-take, Kintokiyama e Kurakakeyama. A cratera tem um diâmetro de onze quilômetros em direção ao norte e sul, na parte mais ampla, e de oito quilômetros de diâmetro ao leste e oeste.

Os rios Hayakawa e Sukumogawa correm na borda interior da cratera das montanhas de Hakone, formando vales intransponíveis. O pico principal da cadeia de montanhas é Kamiyama, com 1.438 metros, seguida dos montes Sounzan, Futagoyama e outras.

Além do famoso lago chamado Ashinoko, há também dispersas fontes de águas termais, criadas graças à atividade vulcânica.

A exemplo do Monte Fuji, Kamiyama tem sido objeto de rituais de adorações, desde o período Heian (794 – 1185). Seu nome significa literalmente “Montanha Divina”, e ela é coberta por um espesso bosque que se reflete nas águas do lago Ashinoko, produzindo uma bela visão, que corresponde ao seu misterioso nome. Também é conhecida como um virtual tesouro de plantas, pois na área próxima ao cume encontra-se uma grande variedade de espécies, tais como o Tsusiophyllum Tanakae.

Estação de Yumoto, em Hakone, Japão

SHINSEN-KYO (A TERRA DIVINA) – O PROTÓTIPO DE HAKONE

Em maio de 1944, Meishu-Sama Se mudou de Tamagawa, Tóquio, para o Shinzan-sô (Solar da Montanha Divina), Hakone. Pode-se dizer que foi esse o primeiro passo para a construção.

O Shinsen-kyo de Hakone é o Solo Sagrado Primordial, sendo o primeiro ponto originário dos três Solos Sagrados. Meishu-Sama considerou a construção do Shinsen-kyo como a Forma da Transição da Noite para o Dia” e promoveu a sua construção como Solo Sagrado “Protótipo do Paraíso Terrestre” e “Forma do Japão”.

O kototama (espírito da palavra) de Hakone explica o seguinte: ha corresponde a abrir, é o fogo, ko corresponde a endurecer e indica consolidação, e ne significa fundamental.

Em junho de 1952, com o término e inauguração do tão esperado Museu de Belas-Artes de Hakone, realizou-se um majestoso Culto do Paraíso Terrestre, também em comemoração à conclusão do Shinsen-kyo de Hakone. O objetivo do Mestre era construir um local paradisíaco, o modelo do Paraíso Terrestre, com a perfeita harmonia entre a beleza natural e a beleza artificial criada pelo homem. Seria, assim, a imagem do vindouro Mundo de Miroku, local pleno de Verdade, Virtude e Beleza. Disse o Mestre:

“Construirei o Jardim de Flores em Hakone,

Abrindo caminho entre as plantas e o matagal

Que crescem em abundância

Este pequenino Templo

É também o protótipo de

Três Mil Mundos”

(18 a 22 de março de 1951)

CONSTRUÇÕES DO SHINSEN-KYO

Koomyo Shinden (Santuário da Luz Divina) – Inaugurado em 5 de outubro de 1971, simboliza o Mundo sob a égide de Deus, o Céu na Terra. Erigido no Koomyo Dai, a Colina da Luz, é a Sede Espiritual da Doutrina Messiânica.

Okutsuki (Sepulcros Sagrados) – Tratam-se dos dois túmulos, o do Mestre Jinsai Okada e de Sua esposa Yoshi Okada. O túmulo do Mestre foi construído em 3 dias pelos fiéis, logo após Sua ascensão, em 10 de fevereiro de 1955. O local escolhido para sepultá-Lo era uma colina cheia de árvores, a qual foi aplainada, soterrando-se as depressões com terra trazida de locais limpos. Sua esposa Yoshi, ou Nidai-Sama, faleceu em janeiro de 1962 e está sepultada ao lado esquerdo do Mestre.

Soreisha (Morada dos Ancestrais) – Em outubro de 1958, a Segunda Líder Nidai-Sama consagrou o Santuário dos Ancestrais, em Hakone. No santuário, primeiramente, está assentado o Espírito Divino do Grande Mestre; em seguida, os espíritos dos pioneiros e demais antepassados. Além disso, estão assentados os espíritos das vítimas da Segunda Guerra Mundial.

Fujimitei (Solar de Contemplação do Monte Fuji) – Foi construído por Meishu-Sama ao lado do Hôzan-Sô em Tóquio e concluído em outubro de 1936. Na época, era o local onde Meishu-Sama atendia as pessoas e onde Ele Se dedicava a escrever Imagens da Luz Divina e Ohikari. Foi desmontado e reconstruído no Shinsenkyo e reinaugurada em 23/12/1974. O Fujimimitei foi construído voltado para oeste, de modo que se pudesse ver o Monte Fuji. Foi o local onde Meishu-Sama viveu cerca de dez anos, fazendo as caligrafias a pincel e escrevendo os Ensinamentos.

Nikko Den (Templo da Luz do Sol) – Foi construído em 1948. Até a Consagração do Santuário da Divina Luz, esta casa foi utilizada para a realização das cerimônias religiosas (palestras, cultos, etc.)

Kanzantei (Solar de Contemplação da Montanha) – Foi concluído em 15 de agosto de 1946 (1 ano após o término da guerra). Neste local, Meishu-Sama e Sua esposa passavam o verão anualmente. Do Kanzantei se avista uma bela paisagem à frente, o Monte Myôjo-Ga-Dake, conhecido pela fogueira em forma de ideograma. No lado oeste, Meishu-Sama construiu uma sala em estilo ocidental e, neste local, escrevia os Ensinamentos e elaborava os planos da construção do Reino do Céu na Terra.

Shinzanso (Solar da Montanha Divina) – Meishu-Sama mudou-Se de Tokyo para Gôra (Shinzanso ) em 5 de maio de 1944, influenciado pela Montanha Divina, o pico mais alto de Hakone, cujo nome deu à sua nova residência. Foi usado para dar instruções e orientações aos ministros e fiéis. Pode-se dizer que este assumiu a característica como primeiro Templo no Shinsenkyo.

Hagui no Ie (Caminho de Hagui e Casa do Trevo)   – Descendo o Jardim de Bambus, que fica em frente ao Museu de Belas Artes, em direção ao Caminho dos Trevos, apreciamos as flores vermelhas e brancas do “Miyagui no Hagui” (uma variedade de trevo japonês) que estão plantadas nos dois lados do percurso e que florescem todos os anos no final de setembro, formando um túnel colorido. No aposento desta casa, uma hora por dia, Meishu-Sama escrevia caligrafias.

Bijutsukan (Museu de Belas Artes)  – O Museu foi inaugurado no dia 15 de junho de 1952 e na sua época foi considerado uma raridade, sendo muito valorizado e renomado por reunir uma belíssima coleção de obras-primas orientais (especialmente a japonesa). Está localizado abaixo dos Sepulcros Sagrados e acima dos jardins. O anexo do Museu (Bekan) também foi projetado por Meishu-Sama e está situado no lado noroeste do Museu. Sua conclusão ocorreu em maio de 1953.

Sanguetsu-An (Casa de Chá Monte e Lua)  – Em 1947, o Mestre pediu a Seibe Kimura (2ª geração), especialista no assunto, que construísse a Casa de Cerimônia de Chá Monte e Lua, que, atualmente, goza de muita fama na Região Kanto. A construção foi concluída em 3 anos.

Take Niwa (Jardim dos Bambus)  – Construído ao lado do Sanguetsu-An, com suas rochas cheias de musgos e com seus bambus crescidos de forma dispersa, possui a graça característica do estilo chinês. Na Era Guen, existiu na China um pintor, chamado Shizui Dan, que pintou muitos quadros de bambus e rochas. O Grande Mestre admirava suas obras e, há muito tempo, adquirira algumas. No Jardim de Bambus, está expressa a sensibilidade desse artista, com pedras e bambus verdadeiros. Os bambus criam inúmeras raízes e dão muitos brotos, formando densos agrupamentos, o que lhes tira a graça. Para evitar isso, teve-se o cuidado de enterrar blocos de concreto entre os bambus.

Ryuzu no Taki (Cachoeira Cabeça do Dragão)  – Construção feita por Meishu-Sama para que se pudesse contemplar das alturas a correnteza do vale, dando a impressão de profundidade.

Koke Niwa (Jardim dos Musgos)  – Assim que voltou de sua primeira viagem missionária à Região Kansai, o Mestre Jinsai apresentou o projeto do Jardim dos Musgos, para cuja construção se aterraria a depressão do terreno na parte leste da Casa de Cerimônia de Chá Monte e Lua, e pediu a todos os fiéis que oferecessem musgos de diversas regiões. Assim, o terreno coberto de bambu kumazassa transformou-se por completo: em seu lugar, dando outro colorido raro à Terra Divina, surgiu um belo jardim de musgos, enriquecido pelo Estilo Rin-pa.

 

 
 

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