Atami

HISTÓRIA E CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS DE ATAMI

Atami é uma concorrida cidade, localizada ao extremo leste da Província de Shizuoka, e situa-se nas margens da Península de Izu.

Ela foi criada pelos movimentos dos vulcões ativos da zona vulcânica do Monte Fuji. A parte baixa da cidade de Atami é a parte da cratera do vulcão. A cidade é rodeada por montanhas ao norte, sul e oeste, abrindo-se somente ao leste com um acentuado declive, sobre a Baía de Sagami. Possui uma das mais bonitas linhas costeiras e fontes naturais de águas termais, razões pelas quais Atami é chamada de “A Nápoles do Oriente” ou “Riviera Oriental”.

Uma corrente de águas quentes atravessa o oceano e chega à cidade, contribuindo para a tepidez e a suavidade do clima.

As cerejeiras, que são em profusão na cidade, florescem um mês antes do que as de Tokyo, apesar da distância que as separa ser de apenas cem quilômetros. As ameixeiras de Atami também florescem no mês de janeiro.

Muitos túmulos da Antiguidade, assim como vestígios de aldeias e objetos rituais, que se acreditam sejam da época do dilúvio (aproximadamente, de vinte mil a um milhão de anos atrás) têm sido descobertos em vários locais nos arredores da Península de Izu.

Os objetos rituais são considerados de grande valor arqueológico, por tratarem-se de provas da existência de seres humanos, que rendiam cultos às montanhas, pedras e árvores na crença de que os deuses se encontravam em seu interior. As excelentes condições geográficas de Atami, rodeada por montanhas, escarpada linha costeira e acidentes topográficos, certamente devem ter contribuído e facilitado para a realização de tais cultos.

Um outro motivo que fez de Atami uma cidade originária de antigas religiões foi a existência de muitas fontes de águas termais.

Os antigos divinizavam as fontes, adorando-as como sendo sagradas. Existem muitas lendas sobre a origem dessas fontes. Por exemplo, a coletânea de lendas “Sotosan-Engi” conta que surgiu um ser divino que desceu do céu e disse: “Eu saí do Paraíso, andei por muitos locais e criei fontes de águas termais para salvar os seres humanos. Agora vim a Atami, com a qual tenho profunda afinidade”. Este fato é narrado numa lenda do período do Imperador Nintoku (XVI Imperador do Japão, ano 500 aproximadamente).

Diz-se comumente que o nome de Atami se originou de uma lenda que data da época do Imperador Ninken, o vigésimo quarto soberano, e que, em tempos remotos, as águas quentes emergiram do fundo do mar, acabando com a vida de peixes e crustáceos. (literalmente “Atami” significa “mar quente”).

Por outro lado, na época de Tempyo-Shoho (749 – 757) vivia ali um sacerdote chamado Mangan Shonin, do Kongo-Oin de Hakone, um templo filiado ao Santuário de Hakone. Este pensou que seria uma perda se as águas termais corressem pelo mar, e apiedando-se dos peixes e crustáceos que seriam mortos, dedicou suas orações a Bhaisajya-Guru, pedindo-lhe a transferência das águas termais do mar às montanhas. Dizem ser esta a origem das águas termais da região de Atami.

Durante o período Kamakura (1185 – 1392), Minamoto Yoritomo (Shogun de Kamakura) determinou uma área que incluía a maior parte da cidade atual, para que fosse construído o curato do Santuário Izusan, próximo a Atami. Por conseguinte, durante o período Kamakura, a região desenvolveu-se em torno do Santuário Izusan.

Contudo, no período do Shogun Tokunaga (1615 – 1867) veio o progresso, centralizando-se na região das águas termais. Com a chegada da época Meiji, essa tendência acentuou-se, e as águas termais de Atami se converteram em lugares de temporada dos oficiais superiores do governo Meiji, políticos famosos e homens de negócios, bem como renomados escritores.

Depois da segunda Guerra Mundial, muitos artistas, atraídos pela beleza dos arredores, construíram residências e casas de campo, e aqui se integraram com suas atividades criativas. Entre eles contam-se os escritores Jun-ichiro Tanizaki e Eiji Yoshikawa, o poeta e catedrático da literatura clássica japonesa, Nobutsuna Sasaki e os pintores Taikan Yokoyama e Sotaro Yasui.

Vista geral da cidade de Atami, em Shizuoka, Japão

ZUIUN-KYO (A TERRA CELESTIAL) – O PROTÓTIPO DE ATAMI

A construção de Zuiun-Kyo (Terra Celestial) foi iniciada em 1945, com a aquisição do terreno de aproximadamente 16.500 m2, onde agora se ergue o Templo Messiânico. No ano seguinte, em 1946, adquiriu um terreno de mais ou menos 10.000 m2, que compreende a área onde está o Palácio de Cristal e o Jardim das Ameixeiras e, depois, outro terreno anexo. Nesse mesmo ano, teve início a obra de grande escala do Zuiun-Kyo. A terraplanagem do local destinado à construção do Templo Messiânico ficou pronta no verão de 1950; o Jardim das Ameixeiras, na primavera de 1951; a Colina das Azaleias, em abril de 1952; o túnel que liga o Templo Messiânico ao Palácio de Cristal, em dezembro de 1952; e o Palácio de Cristal, em dezembro de 1954.

Sobre este protótipo, assim Se expressa o Mestre Jikan:

“Estou construindo o Protótipo do Paraíso

Para que as pessoas exaustas deste mundo,

Nele possam descansar serenamente.”

“Finalmente, sobre esta Terra,

Será firmado o sólido

Alicerce do Paraíso.”

“Bastará, todavia, que o Templo Messiânico e o Palácio de Cristal fiquem prontos para que a sua visão magnificente deixe a todos com os olhos arregalados, pois ambos constituem edifícios num estilo inteiramente inédito tanto no Japão quanto no exterior, seja pelo jardim com as suas árvores verdejantes e as suas flores multicoloridas, que o circundam, constituindo um adorno esplendoroso e paradisíaco, seja pelo excelente panorama que daí se abarca, a partir da longínqua Ilha de Izu, passando pela Península de Miura até a de Boosoo — tudo isso cria uma grande Terra da Arte, única no mundo e merecedora do nome de Paraíso Terrestre. Na alvorada da sua conclusão, será considerado, sem exagero, não um local famoso do Japão, mas do mundo.”

CONSTRUÇÕES DO ZUIUN-KYO

Suishoden (Palácio de Cristal) – No Solo Sagrado de Atami, a última construção dirigida diretamente pelo Mestre foi o Palácio de Cristal. O Mestre Jinsai denominou Monte Paisagem o lugar de onde se descortinava o melhor panorama no Solo Sagrado de Atami, e nele, mais tarde, construiu o Palácio de Cristal. O prédio tem um formato muito original. É uma circunferência de aproximadamente 22 metros de diâmetro cortada ao meio. Para que os fiéis e todas as pessoas que visitassem a Terra Celestial pudessem apreciar da melhor forma possível a paisagem que dali se descortina, o Mestre Jinsai construiu a face sul do prédio todo em acrílico. O termo “Cristal” simboliza o mundo ideal, sem impurezas. A transparência da parte da frente, bem ampla, sem nenhum pilar, é realmente muito adequada a esse nome. Quando o terreno do Monte Paisagem ficou pronto, o Mestre mandou construir um patamar e, subindo nele, estudou a direção para a qual ficaria voltado o Palácio de Cristal, a altura do chão, etc., de modo que a paisagem pudesse ser vista da forma mais perfeita possível. A construção desenvolveu-se em ritmo acelerado, ficando pronta em apenas três meses, graças à dedicação dos fiéis provenientes de todo o país. O Palácio de Cristal tornou-se famoso no mundo arquitetônico, e pessoas relacionadas a esse campo, provenientes dos mais diversos locais, frequentemente iam visitá-lo, para estudos. Meishu-Sama explicou que a muralha de pedra situada atrás do prédio, a qual forma uma reentrância, representa a Lua, e a cor vermelha do tapete representa o Sol.

Kyusei Shinden (Santuário da Salvação) – Construção posterior à época de Meishu-Sama, teve sua entronização feita em 05 de outubro de 1961.

Meshiya Kaikan (Templo Messiânico) – O Mestre Jinsai desenvolveu a construção da Terra Celestial dividindo esta em três partes, às quais deu o nome de Seissei-Dai (Monte Límpido), Keikan-Dai (Monte Paisagem) e Sekiun-Dai (Monte Nuvem de Pedras). O centro é o Templo Messiânico, erigido no Monte Límpido. Esse prédio é uma construção de concreto armado ao qual se adaptou o estilo de Le Corbusier (1887-1965), que, na época, era o estilo arquitetônico mais moderno, tendendo a dominar o mundo das construções. O Mestre adaptou-o à forma das construções religiosas e projetou-o de maneira ainda mais moderna. Fez as paredes internas brancas e deu à fachada um desenho simples, utilizando linhas retas em branco e cinza escuro. A área do terreno ocupado pelo templo é de 3.960 m2, sendo que o andar térreo tem aproximadamente 2.300 m2, e o primeiro pavimento, cerca de 1.130 m2, com capacidade para acomodar umas três mil pessoas. Ele foi projetado não apenas para a realização de ofícios religiosos, mas para utilidades múltiplas, entre as quais projeção de filmes e espetáculos de teatro e dança, possuindo também um camarote para orquestra, destinado a concertos musicais. Para a construção do Templo Messiânico, confeccionou-se, antes, uma maquete de dois metros quadrados e fizeram-se muitos estudos. Diariamente, numa hora determinada, o Mestre Jinsai ia à Terra Celestial e dava instruções sobre a obra. Especialmente na ocasião de decidir a grossura dos pilares, a medida que ele mencionou, por intuição, foi exatamente a mesma que o especialista no assunto calculou para sustentar o peso de prédio. Terminados os alicerces, deu-se início à construção dos pilares. A construção do Templo Messiânico desenvolveu-se sob a direção do próprio Mestre e em meio de acontecimentos misteriosos, mas só pôde ser concluída após sua ascensão, ocorrida em 1955. O nome do prédio, que inicialmente era Meshiya Kaikan (Templo Messias), foi mudado para Kyussei Kaikan (Templo Messiânico) em março de 1957. Na época, a construção foi efetuada com o pensamento de se estar fazendo o melhor prédio possível; devido, porém, à pouca firmeza do terreno e como medida de precaução quanto à segurança dos visitantes, ele foi reconstruído em 1972, mantendo a imagem do Templo Messiânico construído pelo Mestre Jinsai.

Área construída: 2.959,81 m2

Subsolo: 107,11 m2

Térreo: 2.199,80 m2

1º andar: 652,90 m2

Planta: Meishu-Sama, Inaba Choji (Escritório de Arquitetura Inaba Choji)

Projeto: Isakura Umetaro (Escritório de Engenharia Isakura)

Execução: Sekai Meshiya Kyo – Shino Asaburo (Responsável)

Baien (Jardim das Ameixeiras) – O terreno destinado à construção do Templo Messiânico ficou pronto no verão de 1950. Cortando-se parte da montanha, conseguiu-se uma área de 3.960 m2. A grande quantidade de terra que então se obteve foi utilizada para aterrar uma depressão e até serviu para formar montes. É nesse lugar que fica o atual Jardim das Ameixeiras, cuja construção teve início na primavera de 1950. Na época também foi construída a estrada que, saindo do Alojamento Shinjin, passa ao lado do Edifício Nuvem Auspiciosa, atravessa o Jardim das Ameixeiras, contorna a Colina das Azaléias e termina junto ao Templo Messiânico. O Jardim foi concluído na primavera de 1951, e sua construção levara um ano. Da mesma forma que a Colina das Azaléias, iniciada em setembro de 1951 e concluída em abril de 1952, ele foi idealizado pela sensibilidade artística do Mestre Jinsai, que admirava muito a arte do Estilo Rin-pa. Esse jardim caracteriza-se pela graça de seus pequenos montes e pela elegância de suas árvores, todas elas muito antigas. Representa nada mais nada menos que a concepção artística do Biombo de Ameixeiras com Flores Vermelhas e Brancas – de Ogata Korin, pintor que Meishu-Sama tanto apreciava – transposta para a Natureza.

Tsutsujiyama (Colina das Azaleias) – A Colina das Azaleias, anteriormente, era um declive cheio de mato, mas foi coberta com a terra extraída durante a preparação do terreno onde seria construído o Templo Messiânico, e moldada no formato que possui atualmente. De acordo com a orientação do Mestre Jinsai, ela deveria apresentar um formato arredondado vista de qualquer direção. As dificuldades enfrentadas na construção da Colina das Azaleias não se limitaram ao delineamento de seu formato. Anteriormente, na aquisição dos pés de azaleias, já houvera uma grande dificuldade. O Mestre havia determinado que fossem plantados 3.600 pés; entretanto, as azaleias demoram muito para crescer e não era nada fácil encontrar essa quantidade de arbustos com formato e tamanho semelhantes. No início, procurou-se em Odawara, em Tóquio e até nas casas de plantas do Estado de Saitama, mas as respostas eram negativas. Quando já se aproximava o dia da conclusão da colina, o encarregado foi além de Amagui, visitou uma casa tradicional de Nakaizumoto e procurou também com agricultores residentes entre Mishima e Hakone, até que finalmente completou a quantidade necessária de pés de azaleias. Através desse fato, ele renovou sua crença de que as palavras do Mestre Jinsai sempre se concretizavam.

Tozan-So (Solar da Montanha do Leste) – Desde 1944 o Mestre passara a morar no Solar da Montanha do Leste durante o inverno e, a partir deste local, desenvolveu a construção do Solo Sagrado na Terra Celestial. Ao mesmo tempo, por um período de quatro anos, utilizou o anexo do Solar como local para entrevistas com os fiéis. Nessa época, ele dividia os principais encontros entre os dias 1º e 9. As entrevistas eram realizadas três vezes ao mês: no início, no meio e no final; o dia 10 era para descanso. Quando não havia entrevistas, o Mestre Jinsai geralmente fazia caligrafia a pincel ou ditava Ensinamentos durante a manhã, na sala Koomyo, no anexo do Solar e, na parte da tarde, cuidava do jardim. Com o mar claro estendendo-se bem diante dos seus olhos, num jardim onde batia bastante sol, podava as plantas com uma tesoura, para que ficassem redondas; no começo da primavera, quando a velha ameixeira situada à beira do lago floria, ele ficava em pé na frente dela e não se cansava de apreciá-la. Atualmente, o Solar da Montanha do Leste é conservado como Prédio em Memória do Mestre, sendo visitado por fiéis de todos os países.

Hekiun-So (Solar da Nuvem Esmeralda) – As entrevistas na Sede Provisória de Shimizu tiveram início em outubro de 1948 e, desde então, o Mestre Jinsai morou lá durante certo período. Nisso, apareceu à venda uma casa muito boa, perto da Estação Kinomiya, na linha Ito. Ela pertencera à família Kuninomiya e por esse motivo era uma construção excelente. Estava situada num lugar pitoresco, de onde se avistava a Ilha Hatsu, além da cidade de Atami, e sua parte leste era aberta. O Mestre gostou muito dessa casa e comprou-a imediatamente, dando-lhe o nome de Solar da Nuvem Esmeralda. Estabelecendo nela sua residência, ia à Sede de Shimizu para dedicar-se às tarefas da Obra Divina. Entretanto, como, na época, os chantagistas o viviam perseguindo, a existência da casa foi mantida em segredo por algum tempo. Quando havia cultos em Shimizu, o Mestre Jinsai entrava e saía discretamente pelos fundos. O período em que o Mestre residiu no Solar da Nuvem Esmeralda foi o mais atarefado de toda a Sua vida, devido à grande expansão da Igreja; ao mesmo tempo, foi a época em que se concretizaram diversas Providências Divinas. Essa casa é muito importante por ter sido o local onde Ele passou os últimos anos de Sua vida, desenvolvendo a Obra Divina de acordo com o Plano de Deus, e também o local onde ocorreu Sua Ascensão.

Jimusho (Escritório do Líder Espiritual) – Construção posterior à época de Meishu-Sama, é o local de trabalho do Líder Espiritual da Igreja. Atualmente, este cargo é ocupado por Yoiti Okada, neto do Grande Mestre.

MOA Bijutsukan (Museu de Belas-Artes MOA) – Inaugurado em 1982, ano de comemoração do Centenário do Mestre, o Museu de Belas-Artes de Atami é o projeto do Mestre para difundir a arte japonesa para o exterior. ” Pessoas do mundo todo visitarão este Museu “, dizia Ele.

Inazuma Kaidan (Escadaria Relâmpago): Recebeu essa denominação porque tem forma de ziguezague, como o relâmpago. São degraus que dão acesso à entrada frontal do Templo Messiânico. O corrimão branco, com vãos de formato oval, construído sobre o imponente muro de pedras, dá a impressão de suavidade e pureza. O desenho também é da autoria de Meishu-Sama. A uma observação minuciosa, nota-se diferença na medida dos vãos. Isso porque eles foram planejados de acordo com o número de degraus e a medida das sacadas existentes. Meishu-Sama, preocupado em que as pessoas idosas ou portadoras de defeitos físicos e também as crianças pudessem galgar a escadaria com facilidade, cuidou minuciosamente até da altura e da largura dos degraus.

Outra construção: Seiko-Tei (Cabana de Chá)

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