CAPÍTULO 15 – RESPEITE A NATUREZA

Um dos erros da medicina consiste em considerar o repouso muito importante para os tuberculosos. Na verdade, o melhor é deixar a moléstia seguir o seu curso natural. Isto significa agir espontaneamente, sem restringir o corpo físico nem forçá-lo. Se o paciente, por exemplo, se sentir febril e cansado e achar que o seu corpo está pedindo repouso, é melhor repousar. Mas se não quiser ficar confinado ao leito e achar que o seu corpo está pedindo movimento, é melhor levantar-se. Ele deve andar quando tiver vontade de andar, correr quando tiver vontade de correr, cantar quando sentir ímpetos de cantar e trabalhar quando sentir disposição para trabalhar. O certo é obedecer aos comandos da mente e nada fazer contrariado. Em suma, o doente deve agir com espontaneidade.

Este princípio é verdadeiro não somente no que diz respeito à tuberculose, mas também a qualquer outra enfermidade, aplicando-se igualmente à alimentação. Se o paciente sentir apetite, deve comer, na quantidade que lhe aprouver. Não é bom tomar remédios, mas também não é bom o paciente forçar-se a comer alimentos de que não gosta, simplesmente por achar que são mais nutritivos ou que terão um efeito terapêutico. Quando um alimento é necessário para o corpo humano, a pessoa terá vontade de comê-lo; se não tiver vontade, é porque aquele alimento não lhe é necessário.

O consumo de muita proteína animal é especialmente prejudicial para um paciente tuberculoso. Um pouco de proteínas animais não causa dano, mas é preferível a ingestão da maior quantidade possível de alimentos vegetais. A medicina, hoje em dia, recomenda a ingestão de carne de peixes, aves e animais, por considerá-la mais nutritiva, mas isto constitui um grande erro. A carne aumenta temporariamente a vitalidade, mas o seu consumo prolongado produz uma progressiva fraqueza. Os alimentos vegetais são essencialmente mais nutritivos. Uma dieta restrita a peixes, aves e carnes durante um longo período de tempo provoca o envenenamento do sangue e pode ter conseqüências fatais. Uma prolongada alimentação vegetariana, ao contrário, não provoca enfermidades e, além de tornar a pessoa mais sadia, prolonga a sua vida.

Eu mesmo passei por essa experiência. Em minha juventude fui tuberculoso e cheguei a ser desenganado. Por determinada razão, entretanto, tomei consciência do mal que me causava a ingestão de grandes quantidades de alimentos de origem animal e mudei para uma alimentação vegetariana. Percebendo que a medicina estava equivocada, abandonei os remédios e, durante três meses, alimentei-me exclusivamente de produtos vegetais. Assim, minha moléstia foi totalmente curada e meu corpo se tornou mais saudável do que era antes da doença. Posteriormente, sofri outras enfermidades, mas nunca mais tive tuberculose. Se eu não tivesse despertado para esse ponto naquela época, já teria partido para o outro mundo.

Para um paciente que vomita sangue, nada é mais indicado do que uma alimentação vegetariana. Certa vez, tratei de um caso em que isto se tornou bastante evidente. Todas as vezes que esse paciente comia carne, vomitava sangue no dia seguinte. Mas quando se alimentava apenas de vegetais, os vômitos cessavam imediatamente. Ficou claro, assim, o efeito benéfico da alimentação vegetariana.

Outro erro cometido pelos médicos consiste em considerar prejudicial a fadiga e de afirmar que dormir pouco não é bom para a saúde. É porque desconhecem a causa da fadiga. O cansaço é uma conseqüência natural do exercício físico. Quando uma pessoa faz exercícios movimentando as pernas e coxas, isto provoca uma ação purificadora nos pontos onde há toxinas acumuladas. Nesses pontos pode-se notar um ligeiro aumento de temperatura. Esse aumento de temperatura (febre) traduz-se por um torpor que é a fadiga. Trata-se, porém, de algo benéfico, porque reduz as toxinas. Quem faz muita ginástica ou sempre pratica exercícios que produzem um estado de fadiga é uma pessoa sadia. Se um indivíduo fatigado tocar suas pernas e coxas com as mãos, verificará que estão ligeiramente febris. Isto indica que algumas toxinas estão sendo dissolvidas.

Dormir pouco também não exerce nenhuma influência sobre a tuberculose. Pelo contrário, faz até bem, como é claramente demonstrado pelos fatos. Entre as pessoas que dormem pouco por exercerem um trabalho noturno – empregados de hotéis, por exemplo – são muito reduzidos os casos de tuberculose, segundo pesquisas médicas. Quando uma pessoa dorme pouco e dedica um maior número de horas às suas atividades, fica mais suscetível à uma purificação, e por isso se sente mais cansada, embora a medicina interprete tudo ao contrário, considerando prejudicial poucas horas de sono.

Isto pode ser ilustrado pelo seguinte fato: mesmo no caso de pacientes confinados ao leito, a temperatura, geralmente, é mais baixa na parte da manhã, subindo por volta das 3 ou 4 horas da tarde. É que o uso dos sentidos também provoca uma ação purificadora.