CAPÍTULO 25 – DOENÇAS DA PARTE SUPERIOR DO CORPO

1) Apoplexia

Já escrevi, de forma geral, sobre as doenças que ocorrem na parte superior do corpo, mas, como ainda há algumas às quais não me referi, pretendo fazê-lo aqui. Vou esclarecê-los, em primeiro lugar, sobre a apoplexia, pois é a doença que atualmente causa maior medo.

Hoje já existe uma cotação de doenças: as pessoas idosas sofrem de apoplexia e os jovens de tuberculose. Realmente é isso mesmo. À medida que vão envelhecendo, todas as pessoas começam a se interessar pela apoplexia. Ela se origina do derrame cerebral. A medicina ainda não conseguiu descobrir a sua causa, mas, mesmo que a descubra, não conseguirá solucioná-la.

Começarei a descrever o derrame cerebral. A sua causa está na solidificação da toxina no pescoço. O sangue com tóxicos se acumula, através de longos meses e anos, na parte direita ou esquerda do bulbo. É fácil descobrir se há ou não a formação de derrame cerebral. Se apalpar com o dedo na parte direita do bulbo, descobre-se se há ou não uma solidificação. Geralmente há uma saliência no lado esquerdo ou direito e no apalpar sente-se uma leve dor. Essa solidificação começa a dissolver-se com a purificação e, ao obstruir as veias, ocorre a hemorragia cerebral. Nessa hemorragia, o sangue passa pelo cérebro e vai imediatamente para o lado oposto, descendo até as pontas dos pés e das mãos; assim, a pessoa torna-se hemiplégica, pela sua rápida solidificação. Isso inutiliza tanto o braço como a perna.

Nos casos mais graves, tanto a mão como o braço ficam repuxados. O braço fica torcido para dentro e até mesmo os dedos ficam tortos e perdem os movimentos. O mais afetado será o polegar, e os outros quatro ficam sobre este, como se o estivessem apertando. Porém, o interessante é que a perna não fica torcida para dentro; continua esticada, mas o tornozelo fica totalmente solto. Em casos mais graves, a língua e a fala ficam presas e a pessoa toma aparência de um apático ou demente com os olhos parados; a capacidade de visão do lado mais afetado enfraquece a ponto de, em determinados casos, desaparecer.

Esses são os sintomas principais que ocorrem nessa enfermidade. Realmente, a pessoa torna-se como um cadáver vivo.

O ponto mais falho da medicina está no esfriamento da cabeça com bolsa de gelo, imediatamente após ocorrer o derrame cerebral; isso é realmente condenável. Através desse método, a medicina procura contrair rapidamente a veia – origem da hemorragia. Mas aí está o grande erro, pois, na realidade, a hemorragia, que dura apenas alguns minutos, pára imediatamente quando termina de sair o sangue com toxinas. Por isso, não há necessidade de se fazer hemóstase. Além disso, a bolsa de gelo solidifica o sangue com toxina, que permanece no cérebro após a hemorragia. Assim, paralisa o funcionamento do cérebro e, desde então, a pessoa torna-se como um demente. A medicina, que desconhece isso, usa a bolsa de gelo por vários dias consecutivos e, em conseqüência, o cérebro fica congelado.

Numa análise, chega-se à conclusão de que jamais uma pessoa consegue sobreviver se tiver congelada a parte principal do funcionamento do corpo humano. Há muitas pessoas que perdem a vida por esse motivo. Realmente é como se, tentando endireitar o chifre de um boi, acabássemos por matá-lo. Isso não é morrer por causa da doença, mas sim, morrer tentando curar a doença. Que horrível ilusão! Dificilmente uma pessoa morre por causa do derrame cerebral; essa é uma evidente realidade que comprovei ao longo dos anos, através de várias experiências.

Enumerarei aqui os vários pontos que se relacionam com o derrame cerebral. Na medicina dizem sempre que, quando se leva um tombo, há maior possibilidade de se ter derrame cerebral, mas é justamente o contrário; a pessoa leva o tombo por causa do derrame cerebral. Portanto, o derrame ocorre primeiro, e depois a pessoa leva o tombo. Muitas vezes, certas pessoas caem nas escadas, ou levam tombos. Isto ocorre por causa da hemorragia, que escurece a vista. Mesmo que as pessoas consigam andar restabelecendo-se parcialmente do primeiro derrame, os médicos previnem para tomar o máximo cuidado para não levar tombos. Isto porque eles desconhecem o princípio acima. E também, a medicina faz exame de prevenção contra o derrame, quando alguém diz sentir peso na cabeça, zumbido no ouvido, hemorragia ocular, paralisia parcial, etc. Essa enfermidade é tal qual a medicina cita, mas o método de prevenção é realmente ridículo. Com a tentativa de enfraquecer o corpo físico, é recomendado fazer regime, restrição de exercícios, etc, mas isso nada mais é do que um meio para evitar a purificação.

O mesmo se diz em relação ao meio de prevenção contra a recaída. Esses meios servem apenas para prolongar um pouco mais o surgimento da doença. Mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente, ela surgirá, e também será impossível livrar-se da recaída.

Ultimamente, logo após o surgimento dessa enfermidade, como um meio positivo, extraem sangue, mas isso também não é correto, pois o sangue com tóxico da hemorragia aloja-se e solidifica-se imediatamente em vários pontos do corpo. Esse método retira o sangue da parte que não tem nenhuma relação com essa enfermidade; portanto, causa anemia no paciente que, geralmente, acaba morrendo alguns minutos depois. Parece-me que esses casos são freqüentes ultimamente.

Aqui, pretendo chamar atenção para um fato: dizem que a causa do derrame cerebral é a pressão alta, mas isso também é um grande erro. Indiretamente, há uma certa relação, mas, diretamente, não há nenhuma relação. Exemplificando através da minha própria experiência, explicarei o porquê. Certo dia, cuidei de um paciente de mais ou menos 60 anos de idade, que naquela ocasião trabalhava há 30 anos como copista na Editora Kodansha. Ele dizia que 6 anos antes havia medido a sua pressão sanguínea e havia acusado 30 mm de mercúrio. Portanto, tanto ele como o médico ficaram pasmados. Ele achou que a sua pressão havia ultrapassado os 30 mesmo porque o ponto máximo de um pulsímetro é 30. O médico recomendara que repousasse bem, mas, segundo ele, se parasse de trabalhar, faltaria o pão de cada dia e, como não sabia o estado real da sua própria enfermidade, continuava trabalhando normalmente, todos os dias. E disse ainda que, mesmo assim, não sentia nada de estranho. Isso me deixou surpreso.

Observando bem, em ambos os lados do seu queixo, principalmente sob as gengivas do lado direito, havia uma solidificação de toxinas do tamanho de um ovo de galinha. Então pensei comigo mesmo: “Ah, aí está a causa”. Isto porque o nervo desse local está ligado ao braço; por isso, quando ele mediu a pressão, o pulsímetro acusou uma pressão altíssima. Como disse anteriormente, a causa real do derrame cerebral é a toxina solidificada, a solidificação do sangue impuro no bulbo; portanto, não ocorre por causa da pressão alta.

Entretanto, devemos saber que, mesmo em se tratando da apoplexia, existem os seguintes sintomas diferentes: quando há toxina solidificada na parte direita ou esquerda da glândula linfática e ocorre a sua dissolução através da purificação, ao contrário do derrame cerebral, a toxina desce no mesmo lado em que ocorre a purificação. Essa enfermidade mostra os sintomas da apoplexia; porém, como não há nenhuma relação com o cérebro e por ser um tipo de doença leve, o médico fica inseguro.

A medicina não consegue curar também essa enfermidade. A doença se agrava em conseqüência do tratamento adverso, e o doente torna-se inválido ou acaba morrendo. Denominamos a esta enfermidade “apoplexia oposta.”

 

2) Anemia cerebral

A seguir, escreverei sobre a anemia cerebral. Essa, ao contrário do derrame cerebral, que aumenta a quantidade de sangue no cérebro pela penetração de sangue com toxinas, é uma enfermidade que surge devido à diminuição de sangue no cérebro. Por que motivo diminui? No corpo humano, o sangue é bombeado ininterruptamente para o cérebro. E não haveria nenhum problema se a sua quantidade fosse sempre igual, mas, quando essa quantidade diminui, a atividade de funcionamento do cérebro torna-se lenta, e isso é o que se chama anemia cerebral.

A diminuição da quantidade de sangue é causada pela pressão exercida na veia que envia o sangue para o cérebro pelo sangue com toxinas que há na região do pescoço. Enquanto essa toxina solidificada não for dissolvida, é lógico que não será solucionado o problema. Entretanto, a medicina é incapaz de fazê-lo, e não há outro meio senão recorrer a uma medida provisória e temporária.

Pelo motivo acima, muitas vezes sente-se, nessa enfermidade, ânsias de vômitos e pressão, peso e dor de cabeça, tontura, etc. Há ocasiões em que a pessoa vomita realmente. Há também aquelas que, apenas ouvindo o barulho de trem, carro, etc., sentem tonturas ou ânsia de vômito. Entretanto, como a própria medicina diz, essa é uma enfermidade não muito séria e, por isso, não há necessidade de preocupação.

É muito fácil descobrir essa enfermidade. No início, sente-se uma sensação de vômito e tontura, e surge a transpiração na testa. Nessa ocasião, ao tocá-la, verifica-se que ela está com temperatura um pouco abaixo do normal. Apalpando a região do pescoço, encontra-se geralmente uma solidificação de toxina. A dissolução dessa toxina através da ministração do Johrei levará ao breve restabelecimento dessa enfermidade. Também, no início dessa doença, é bom dormir sem travesseiro, pois isso melhora a circulação para o cérebro e obtém-se um resultado mais positivo.

Está claro que a causa do alto índice de neurastenia da atualidade está na anemia cerebral.

 

3) Depressão

A depressão também é chamada de doença da cultura, sendo muito freqüente nos últimos tempos. Seus sintomas são os mais diversos: insônia, angústia, cansaço, cabeça pesada, visão reduzida, preguiça, tontura, fraqueza cerebral, etc.

A causa da depressão são nódulos de pus acumulados ao redor da região cervical, os quais provocam falta de sangue no cérebro. À medida que se dissolvem esses nódulos, a pessoa melhora. Pelo nosso tratamento, é uma doença relativamente fácil de curar. Os sintomas leves melhoram por completo com duas ou três aplicações, e os graves, em cerca de um mês.

 

4) Insônia

Fala-se muito em insônia, mas ela é o efeito; o correto é dizer dificuldade para dormir. Não podemos classificá-la como doença, mas, muitas vezes, há a grande possibilidade de ela tornar-se a causa de uma doença; por isso, não podemos menosprezá-la. A insônia é justamente a causa de um dos tipos de anemia cerebral. A toxina solidifica-se no bulbo e pressiona a veia, causando a anemia cerebral, que dificulta o sono. Geralmente, essa solidificação de toxina ocorre com mais freqüência no lado direito. A solução certa dessa enfermidade é a sua dissolução.

No entanto, a anemia cerebral, causa da dificuldade de dormir, limita-se à parte frontal da cabeça. Por que motivo ela se torna a causa da dificuldade de dormir? É porque o espírito encosta nesta parte da cabeça. Sobre esse assunto falarei no final, na parte que se refere aos espíritos. Porém, o que causa medo nessa doença é que geralmente ela se torna a causa das doenças psíquicas; por isso, há necessidade de curar o mais rápido possível.

A medicina ainda desconhece a causa das doenças psíquicas, mas, no início dessa doença, geralmente as pessoas sentem falta de sono por longo tempo. Entretanto, percebe-se a sua cura com a volta do sono ao estado normal.

 

5) Zumbido no ouvido

Essa enfermidade também é muito freqüente, mas a medicina não consegue solucionar. Por se tratar de uma doença que não leva ao risco de vida, geralmente as pessoas não fazem tratamentos, mas de certa forma é algo incômodo. A sua causa também está na toxina solidificada na região do bulbo. O zumbido é o som da dissolução fraca e constante dessa toxina, que se reflete no ouvido. A toxina solidificada dessa região se dissolve, tornando-se líquida, e sai naturalmente em forma de coriza e espirro. Excepcionalmente essa doença ocorre também devido à purificação das toxinas solidificadas na região da glândula ou sob os ouvidos.

 

6) Outras enfermidades 

A doença de que trato a seguir não é muito freqüente, mas é uma enfermidade que tem a causa no coração e que se reflete no cérebro. Esta enfermidade ocorre geralmente nas pessoas que têm problemas na válvula do coração. Por uma coisa à toa, ocorre, juntamente com a aceleração dos batimentos cardíacos, a tontura. A sua causa é o acúmulo de toxinas na região do coração, isto é, no peito, no dorso lateral e na omoplata. A purificação dessa toxina através da febre baixa excita o coração, e isso se reflete no cérebro.

 

7) Dentes 

A doença seguinte se relaciona com os dentes. Origina-se do uso de remédios para dentes, que se infiltram e sobem para a cabeça. Os remédios empregados para otite, os desinfetantes na cirurgia de amídalas e glândulas linfáticas, o colírio para as vistas, injeções, etc., afetam o cérebro. Esses remédios causam dor de cabeça crônica e, também, o seguinte problema: o desinfetante usado na ocasião da cirurgia do tumor do peito ou das costas penetra até o cérebro e se solidifica. Essa cirurgia, pela relação frente-trás, provoca dor na parte frontal da cabeça ou na nuca. Enfim, o essencial é saber que a causa da doença do cérebro está nos desinfetantes empregados na ocasião das operações feitas na parte superior do corpo.

 

8) Amidalite

Na sociedade, tornou-se senso comum a extração das amídalas para exterminar totalmente a amidalite. Entretanto, a teoria da atualidade começa a considerar a amídala algo importante, e evita a sua extração. Conscientizaram-se de que a sua eliminação causa problema em outras partes do corpo. Isso me deixa realmente feliz, pois a tese que vinha propondo há anos finalmente está sendo reconhecida. Portanto, vou expor a causa da amidalite a partir do significado do funcionamento das amídalas.

Em todos os homens, a toxina da parte superior do corpo acumula-se facilmente na região do pescoço, mais propriamente nas glândulas linfáticas. Aí forma-se um caroço, pelo acúmulo de toxinas. A maioria possui esse tipo de caroço, seja ele grande ou pequeno. Essa toxina, dissolvendo-se aos poucos, procura uma saída e, antes de sair, solidifica-se e aloja-se nas amídalas. Quando atinge certo grau, com a atuação de febre alta, essa toxina dissolve-se e sai naturalmente pelo orifício que se abre nas amídalas nessa ocasião. Portanto, podemos dizer que as amídalas são aparelhos de eliminação de toxinas que se acumulam na parte superior do corpo. Se porventura não existissem as amídalas, as toxinas se acumulariam de qualquer forma, em outras partes do corpo. Essas toxinas são as causas das doenças no nariz, as dores de dentes, a otite, de debilitação dos nervos cerebrais, etc. Conseqüentemente, extrair as amídalas significa exterminar o pequeno inseto para salvar o grande.

Após a extração das amídalas a pessoa não contrai gripe por alguns anos; portanto, muitos pensam que o resultado foi positivo. Entretanto, à medida que vai passando o tempo, surgem várias doenças; por desconhecer que elas surgiram devido à extração das amídalas, médicos atribuem a causa a outros fatores.