INTRODUÇÃO À XILOGRAVURA UKIYO-E – PREFÁCIO

Desde jovem, eu sou apreciador de pinturas, comprazendo-me, conforme me permitem as circunstâncias, em ir aqui e acolá para apreciar tais obras, bem como em adquiri-las. Entrementes, como é do conhecimento geral, construí, no ano passado, este pequeno museu de artes em Hakone, vindo a nele expor variadas peças de pintura. Não pude ficar, portanto, sem ter minha atenção voltada para as xilogravuras Ukiyo-e, gênero pelo qual, até então, não sentia muito interesse. Foi a partir de tal gesto que, surpreendentemente, percebi que as gravuras Ukiyo-e também possuem um sabor que não merece ser desprezado. Daí por diante, passei a sentir interesse e, com o passar do tempo, o mesmo aumentou e vim a descobrir nelas uma graça ausente nos demais estilos de pintura, fato que me levou, mesmo, a me arrepender da minha antiga indiferença. Por ocasião de minha ida à Exposição de Ukiyo-e de Kyoto, no outono passado, travei conhecimento com o Sr. Kondo, por intermédio de certa pessoa, sendo por ele instruído a respeito de inúmeros aspectos da mencionada modalidade de xilogravura. Posteriormente, não apenas pude compartilhar de seus conhecimentos sobre o assunto, consoante surgiam as oportunidades, como ainda esforcei-me na coleta de tais obras, chegando hoje a patrocinar a referida mostra. Escusado dizer que, para realização do mencionado evento, fui contemplado com a inestimável colaboração do Sr. Kondo, tenho conseguido o que os senhores podem ver. Na presente oportunidade, movido pelo desejo de anunciar o Ukiyo-e — esta modalidade artística peculiar do Japão — não só ao exterior, mas também aos japoneses em geral, solicitei ao mesmo senhor que me compilasse este singelo folheto para distribuição.

 

Mokiti Okada, Diretor do Museu de Arte de Hakone

Maio de 1953