CAPÍTULO X

Quando Meishu Sama ficava sem saber como resolver alguma dificuldade, depois de ter feito tudo o que podia, deixava de pensar no caso. Confiava no poder de Deus. E, quando menos esperava, surgia a solução.

Sabia desta forma adaptar-se às situações. Quando vivia em Omori (Tóquio), passou por incríveis dificuldades financeiras. Nesta época a Doutrina Messiânica ainda não era bem aceita. O jornal era vendido às duras penas. Os devotados discípulos expunham-se a humilhações e maus-tratos para venderem o jornal. A situação financeira era péssima e, muitas vezes, o produto da venda do jornal foi utilizado para comprar alimentos. Meishu Sama tinha sido, desde pequeno, acostumado a viver com economia. Este hábito lhe serviu muito. Restringia suas despesas pessoais a fim de que não faltasse o essencial para os filhos. Nunca se lamentou. Ensinava que a dor e a dificuldade são caminhos para a evolução. Nas suas horas amargas e difíceis, dava o exemplo de coragem e confiança no futuro. Repetia: "A Lei do Equilíbrio está sempre presente em tudo. O que nos parece um mal, sempre resulta nalgum benefício". Mas exigia grande sinceridade da alma, não admitia a mentira, ensinava a retidão e integridade de caráter e estimulava a vontade de melhorar-se. Olhava o Destino pelo prisma da Vida Eterna.

Ele ensinava que a vida é uma batalha gigantesca de forças materiais e espirituais. Estas forças precisam ser compreendidas, analisadas e calculadas. A vida é um problema pessoal para cada criatura humana. Ninguém tem o direito de invadir o destino dos outros.

O Mestre era incapaz de fazer um mau juízo. Repugnava-lhe ouvir alguém dizer: “Este homem é mau”. Meishu Sama ralhava e ensinava: "Somente Deus pode julgar". Durante sua vida marcada pelas perseguições, mesmo quando um homem o decepcionava, o Mestre jamais falou mal de seu detrator.

Quando algum discípulo causava problemas na igreja, Meishu Sama procurava atenuar-lhe a culpa, lembrando as coisas boas que o discípulo tinha feito. No caso de o membro jamais ter feito alguma coisa digna de elogio, Meishu Sama dizia :

- Sou grato a ele. O mal que nos fez foi um meio de subirmos mais um degrau. Ele nos esclareceu.

Certa vez, um de seus discípulos estava azedado por pensamentos negativos, achando-se preterido, cheio de inveja e ciúmes. O homem chegou a tal ponto de mágoa por causa dos ressentimentos, que resolveu desabafar com Meishu Sama.

Foi procurar o Mestre em sua residência. Meishu Sama estava ocupado, escrevendo, mas deixou-o entrar. Antes que o homem dissesse qualquer coisa, Meishu Sama fitou-o e declarou:

- Você está passando por uma purificação na cabeça.

O homem ficou sobressaltado. Não tinha contado nada! Meishu Sama continuou:

- Vou-lhe ministrar Johrei.

Durou dois ou três minutos. O Mestre disse:

- Agora já está melhor.

O homem não sentia mais ressentimento algum! Estava tranqüilo e bem disposto. Retirou-se sem ter dito uma única palavra; porém, compreendeu que o Mestre sabia de tudo e o tinha curado. Em sua mente penetrara a Luz Divina pela mão de Meishu Sama. As nuvens e as máculas tinham-se purificado.

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