CAPÍTULO 1 – OS ERROS DA CULTURA ESTABELECIDA

Como sugere o prefácio, pode-se dizer que este livro terá o efeito de uma bomba atômica para a civilização contemporânea. Lançando um olhar crítico e penetrante sobre a religião, o pensamento, a filosofia, a educação, a ciência e a arte, que constituem as bases da civilização estabelecida, este livro investiga exaustivamente cada um desses campos e os desnuda. Quem o ler, não deixará de trocar as velhas roupagens pelas novas. Quando esta obra abrir os olhos dos homens, despertando-os, causará tal impacto, que a civilização sofrerá, inevitavelmente, uma transformação de 180 graus.

Depois que este livro for completado, será distribuído, pelos meios adequados, em todas as partes do mundo, nos círculos religiosos e universitários, entre as pessoas insignes e a imprensa. Infelizmente, sendo a maioria dessas pessoas autoridades em ciência materialista, poderão, de início, encontrar dificuldades para compreendê-lo. Entretanto, como os princípios fundamentais da ciência aqui estão claramente expostos e constituem a Verdade imperecível, penso que, se esta obra for atentamente analisada, não será impossível compreendê-la. Nesse contexto, o aspecto mais importante a considerar é o que concerne às mentalidades eruditas que, até hoje, encaram religião e ciência como coisas distintas. Há um grande erro nesse modo de pensar e o objetivo deste livro é elucidar fundamentalmente a questão.

Todas as coisas no globo terrestre se compõem de dualidades opostas: yang e yin, luz e sombra, verso e reverso, espírito e matéria. Mas a ciência, até agora, só aceitou o lado material, ignorando totalmente o lado espiritual. Como o espírito é invisível e não pode ser mensurado por meio de aparelhos, os cientistas, em suas pesquisas, reconheceram somente a existência do ar e da eletricidade, na parte externa do globo. Mas eu descobri o reiki[1],[2], cuja existência é igualmente certa. Primeiramente, descreverei o estado real do espaço que circunda o globo terrestre. Dois elementos básicos, reiki (fogo) e ar[3] (água), unificados num corpo fluido, circundam a massa da Terra, que é um corpo sólido. Esses três elementos básicos, unificados, situam-se no centro do cosmos. Tal é o estado do mundo em que vivemos. A ciência, não admitindo a existência do espírito, progrediu tomando como objeto de estudo apenas dois dos elementos básicos: ar e terra. Pode-se dizer, portanto, que é uma ciência de dois terços e não a ciência total. Devido a essa deficiência fundamental, a ciência está fora da verdade da trindade. Por isso, a despeito de todo o seu progresso e desenvolvimento, sempre surgem contradições entre as teorias científicas e os fatos reais. Enquanto essa lacuna não for descoberta e corrigida, não poderá nascer o verdadeiro mundo civilizado.

Examinemos a relação entre esses três elementos. Verticalmente, estão dispostos na ordem espírito-ku[4]-terra. Essa ordem é representada pela posição do Sol, da Lua e da Terra. Horizontalmente, isto é, em nível plano, não há distância em absoluto entre esses três elementos, que ficam juntos e entrelaçados, formando um todo harmonioso a flutuar no espaço. Assim é o globo terrestre. Evidentemente, cada um desses três elementos tem as suas faculdades e movimentos específicos. O fogo queima verticalmente, a água flui horizontalmente e a terra é imóvel. Essa imobilidade, porém, não é absoluta, pois o corpo imóvel contém um corpo que é móvel pelo movimento respiratório. Verticalidade e horizontalidade entrelaçam-se formando correntes ondulantes de partículas ultradiminutas que fluem e penetram no centro do globo. Como essas correntes são rarefeitas a ponto de parecerem nada ou vácuo, não podem ser percebidas no atual nível da ciência. Surpreendentemente, esse corpo fluido é a verdadeira fonte de toda energia. É impossível imaginar sua essência, profundamente sutil e misteriosa.

O kakusha[5] é aquele que conheceu uma parte desse mistério. O homem que conheceu mais do que uma parte é chamado daikakusha[6]. E o daikakusha que se aprofundou ainda mais, atingiu o nível de kenshinjitsu[7].

Ao examinar com olhos de kenshinjitsu essa cultura que enfatizou excessivamente a matéria, notamos algo surpreendente: foi precisamente o materialismo que possibilitou o surgimento e o progresso de uma cultura tão brilhante. Essa contradição constitui o maior dos mistérios e não está excluída do insondável Plano de Deus. Em síntese, a civilização até agora foi bem sucedida na parte material, mas malogrou na parte espiritual. Por que não criou Deus uma civilização perfeita e sem falhas desde o princípio? Essa dúvida poderá ser claramente elucidada à medida que a leitura deste livro despertar a compreensão.

 

[1] Reiki: rei = espírito; ki = ar, sopro, respiração, vento, essência vital. O macrocosmos (aquele que enxergamos) é reflexo do arranjo das partículas macroscópicas (ex.: um corpo sólido é aquele que tem suas moléculas altamente adensadas). Da mesma forma, o microcosmos (aquele formado de partículas microscópicas) é reflexo do mundo espiritual (ou imaterial). Da mesma forma em que somos circundados pelo ar (elemento do microcosmos), o microcosmos é circundado pelo reiki. Ou seja, o reiki é um corpo fluido altamente rarefeito (naturalmente mais rarefeito do que o ar) composto primariamente pelo elemento fogo que circunda o micro e macrocosmos. Sendo o reiki composto pelo elemento fogo, é fácil perceber quão rarefeito é esse estado, uma vez que o fogo não pertence ao microcosmos, pois ele trata-se apenas de uma energia térmica / luminosa, ou seja, não possui molécula, embora sua força seja percebida nos três mundos. Segundo Feynman, ainda não sabemos que energia é essa; no entanto, sabemos que ela está presente em tudo.

[2] Quando Meishu-Sama afirma ter descoberto o reiki, Ele não está se referindo meramente à técnica de canalização da energia desse elemento (um elemento que, para melhor entendimento, pode ser comparado à eletricidade). O reiki divulgado pelo Dr. Mikao Ussui a partir dos textos budistas é apenas a forma de se ligar e passar a canalizar a energia desse elemento (semelhante à ligação de um fio elétrico no poste de luz, gerando uma corrente elétrica, a qual é produzida pelo deslocamento de elétrons através de um condutor). Dessa forma, a eletricidade seria o reiki explicado por Meishu-Sama, e o modo de se iniciar a corrente elétrica e passar a utilizá-la seria o reiki divulgado pelo Dr. Mikao Ussui.

[3] O ar, por se tratar de um corpo material, tem como o seu elemento básico a água, que pode ser representada pela umidade, que consiste em vapor de água, e representa o microcosmos (detectado por aparelhos). Embora, desde a Antiguidade,  sejam considerados 5 os elementos básicos do mundo (éter, fogo, água, ar e terra), Meishu-Sama diz que são 3: fogo, água e terra, onde o éter, que seria o reiki, é formado pelo fogo, e o ar pela água.

[4] Ku = céu, espaço, vácuo, vazio (também traduzido como mundo atmosférico).

[5] Kakusha: “iluminado”, no budismo.

[6] Daikakusha: “grandemente iluminado”.

[7] Kenshinjitsu: o homem que alcançou o cume da pirâmide, enxergando o passado, o presente e o futuro. Para ele não há mais mistérios.

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