HENRI BERGSON

O filósofo e diplomata francês Henri Bergson nasceu em Paris, em 18 de outubro de 1859. Conhecido principalmente por Ensaios sobre os dados imediatos da consciência, Matéria e Memória, A evolução criadora e As duas fontes da moral e da religião, sua obra é de grande atualidade e tem sido estudada em diferentes disciplinas – cinema, literatura, neuropsicologia, bioética, entre outras. Recebeu o Nobel de Literatura de 1927. Bergson é freqüentemente situado na história da filosofia como espiritualista evolucionista.

A filosofia de Bergson é a princípio uma negação, isto é, uma crítica às formas de determinismo e “coisificação” do homem. Em outras palavras, a sua pesquisa filosófica é uma afirmação da liberdade humana frente às vertentes científicas e filosóficas que querem reduzir a dimensão espiritual do homem a leis previsíveis e manipuláveis, análogas às leis naturais e biológicas. Seu pensamento está fundamentado na afirmação da possibilidade do real ser compreendido pelo homem por meio da intuição da duração – conceitos que perpassam toda sua bibliografia. O próprio filósofo chegou a dizer que para compreender a sua filosofia é preciso partir da intuição da duração.

 

Conceitos

Duração, na obra de Bergson, é o correr do tempo uno e interpenetrado, isto é, os momentos temporais somados uns aos outros formando um todo indivisível e coeso. Oposto ao tempo físico ou sucessão divisível que é passível de ser calculado e analisado pela ciência, o tempo vivido é incompreensível para a inteligência lógica por ser qualitativo, enquanto o tempo físico é quantitativo.

Tempo e espaço não pertencem à mesma natureza, tanto que podemos afirmar que a consciência (duração interna) e o “tempo espacilizado” se opõem. Esse último é criticado pelo filósofo como uma das expressões da vertente determinista das ciências e filosofias.

Já a Intuição significa para Bergson apreensão imediata da realidade por coincidência com o objeto. Em outras palavras, é a realidade sentida e compreendida absolutamente de modo direto, sem utilizar as ferramentas lógicas do entendimento: a análise e a tradução. Diferencia-se da inteligência que, apropriando-se do mundo através de ferramentas, calcula e prevê intervalos do mesmo plano espaço-temporal; a intuição, ao contrário, penetra no interior da vida coincidindo com o real imediatamente. A intuição é uma forma de conhecimento que penetra no interior do objeto de modo imediato, isto é, sem o ato de analisar e traduzir. A intuição pode ser entendida, portanto, como uma experiência metafísica.

A partir de 1925 passou a sofrer de um reumatismo, que o deixou semi-paralisado, a ponto de impedi-lo de ir a Estocolmo para receber o Nobel de Literatura de 1927. Escreveu com grande dificuldade seu último livro, publicado em 1932: “As Duas Fontes da Moral e da Religião”. Nessa época, aproxima-se do cristianismo, mas não se converte por preferir não abandonar seus irmãos de raça que serão perseguidos pelo regime Nazista de Hitler. Faleceu em 1941, em 4 de janeiro, aos 81 anos, em Paris.

 

Leia aqui o Ensinamento do Mestre Jinsai “Filosofia da Intuição

Leia aqui o Ensinamento do Mestre Jinsai “Novamente a respeito de Bergson

 

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